Samba , Identidade e Cadência Rítmica Brasileiras
O samba de roda é um misto de música, dança, poesia e festa que se manifesta a partir de um grupo de pessoas organizadas em roda entoando cantigas e desenvolvendo coreografias de dança. Está presente em todo Estado da Bahia, mas muito particularmente na região do Recôncavo baiano. É um samba ligado à tradição africana, mas contaminado por traços culturais trazidos pelos portugueses como instrumentos, a língua e estruturas poéticas. O samba de roda, é uma das fontes do samba carioca e patrimônio cultural da humanidade.Seus primeiros registros datam dos anos 1860.
O lundu se caracteriza por um ritmo sincopado e pelo tom humorístico das letras, servindo, no século XVIII, como um jogo de sedução bem humorado entre escravos e senhoras brancas, trazendo à tona questões complexas como escravidão e violência, desafiando a moral vigente da época.
O jongo, patrimônio cultural brasileiro, foi criado pelos negros bantos que trabalhavam nas fazendas de café do Vale do Paraíba. Cantavam, batucavam e dançavam em devoção aos antepassados , puxando versos na língua africana misturada à língua portuguesa.
O maxixe tem sua origem no samba e na lambada e com fortes influências do lundu. É uma dança a dois, brasileira e desenvolvida a um ritmo rápido se 2/4.
O ijexá, ritmo suave mas de batida e cadência marcadas de grande beleza, no som e na dança. O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.
O nome choro veio do caráter plangente e choroso da música que esses pequenos conjuntos faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento que fazia os solos; violão, que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo — os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de “baixaria” — e cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações. O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta de 1880, no Rio de Janeiro.
O samba-canção, com tom sentimental e melancólico, surge na década de 1920, com menos batuque e predomínio melódico próximo à modinha e à seresta.. Esse estilo daria também base para apostas harmônicas da bossa nova.
Deriva da palavra break (freio ou parada em inglês). Esse gênero de samba se caracteriza exatamente por pequenas paradas repentinas na música, em que o cantor pode incluir comentários, muito deles em tom crítico ou humorístico.
É uma modalidade em que letra e melodia são criadas a partir de um tema escolhido como enredo da escola de samba. Os primeiros eram feitos no Rio de Janeiro de maneira livre e tratavam da realidade dos sambistas e de seu meio. A partir dos anos 1930, com a institucionalização das disputas entre escolas, esses sambas passaram a narrar episódios e exaltar personagens da história nacional.
Tem letras improvisadas e segue a estrutura típica das canções do batuque tradicional angolano, na qual as letras improvisadas aparecem sobre linha melódica pouco variável, reforçadas por estribilho coral e palmas cadenciadas. É cantado em rodas que reúnem grupo de músicos e amigos. Também pode ser cantado na forma de desafio por dois ou mais solistas com refrão e parte soladas.
A partir do samba carioca e por influência do jazz, surgiu, no fim da década de 1950 e início da década de 1960, no Rio de Janeiro, a bossa nova. De início, o termo era apenas relativo a um modo de cantar e tocar samba naquela época, estilo musical idealizado pelo baiano João Gilberto.
Surgiu a partir do encontro de diversos ritmos afro-brasileiros, como o ijexá, o afoxé e o próprio samba. Trata-se de uma modalidade recente, surgida na percussão dos blocos afro-baianos como Ilê Aiyê e o Olodum, apresentando coreografias especificas e ideologias sócio-culturais.