Toninho Geraes

Antônio Eustáquio Trindade Ribeiro, nascido em Belo Horizonte e conhecido por Toninho Geraes, por que Zeca Pagodinho o chamava de “das Geraes” em rodas de samba, já compôs, junto a parceiros, sambas de sucesso como “Seu Balancê” (Zeca Pagodinho) “Me leva” (Agepê) “Pago pra ver” (Zeca Pagodinho) e “Mulheres” (Martinho da Vila). Ganhou disco de ouro no programa do Chacrinha, o “velho guerreiro”.

A motivação pelo samba surgiu na convivência com o vizinho Antônio, uma família negra do candomblé que organiza rodas de samba, contribuindo bastante na sua formação cultural e conhecimento musical, além do grupo de velha guarda “Tonico e seus Chicletes”, que se reuniam no bairro onde morava e de ouvir o programa de Rádio “Pagodinho Matinal”, comandado por Acyr Antão.

Seu mestre, Geraldo Orozimbo, compositor da escola de samba Cidade Jardim de Belo Horizonte, foi quem o encorajou a partir para o Rio de Janeiro e investir em sua vocação. No Rio, Ivan Marujo o levou à Rua 13 de Maio, ponto de encontro dos grandes sambistas. Lá foi apresentado ao Ari do Cavaco, Rubem da Mangueira, Otacílo da Mangueira, Monarca da Portela, Bezerra da Silva, Dicró, Marinho da Muda. Mas foi Beto Sem Braço, o compositor que o levou ao Cacique de Ramos.

Toninho abandonou o sonho de ter um samba enredo cantado no carnaval por não concordar com políticas internas que se vê em muitas escolas de samba. Passou a tocar no grupo carioca “Os inocentes do samba” e esboçou um partido que tinha como conceito o uso de apenas uma letra na composição de cada estrofe; “o rato roeu a roupa do rei de Roma, a rainha ruim resolver remendar”.

Já gravou mais de 100 canções na voz de: Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Beth carvalho, Agepê, Jovelina Pérola Negra, Neguinho da Beija-Flor e Neguinho da Estácio. Toninho, que hoje vive só de música, fez da arte de escrever o fomento da herança deixada por antigos sambistas, sustentando o samba de hoje e sua família.

 

Serginho Beagá

Sérgio Ramos, o Serginho Beagá, é sambista conhecido e respeitado por ser um grande compositor mineiro. Iniciou sua carreira tocando cavaquinho aos seis anos de idade. Aos 12, aprendeu violão e compôs seus primeiros sambas. Como compositor participou de seleções de samba-enredo promovido por escolas de samba da cidade de Belo Horizonte, como: Cidade Jardim, Canto da Alvorada, Bem-te-vi, Unidos Guarani e Inconfidência Mineira. Conquistou, por 12 vezes, o troféu “Tamborim de Ouro” no carnaval mineiro. Depois de tocar por mais de dez anos nos conjuntos Kisamba Show e Sambeagá – Belo Horizonte – e nas bandas de Neguinho da Beija-Flor e de Dominguinhos da Estácio – Rio de Janeiro -, Serginho fundou vários grupos de samba e montou sua própria banda. Com a “trupe” formada realizou três longas temporadas no Japão, além de várias apresentações no Rio de Janeiro e São Paulo.

O interesse pelo samba foi despertado pelo chorinho. Seu pai tinha uma coleção de discos de rotação 78 e brindava a família com Jacó do Bandolim, Pixinguinha, Altamiro Garrilho e Valdir Azevedo. Serginho tinha cinco anos na época. Aos seis, aprendeu a tocar cavaquinho com seu grande mestre Antônio Damião Circundes. A família de Serginho é composta por muitos músicos. O avô paterno foi maestro e fundador da Banda Santa Cecília de Ouro Preto. A avó materna e seus tios tocavam violão e, Valdir Silva, é primo de sua mãe. A musicalidade acompanhou a infância de Serginho, ajudou na criação de seus filhos e agora na formação dos netos.

Guardou suas composições durante muito tempo, gravando seu primeiro samba aos 19 anos na voz de Neguinho da Beija-flor – “O Dom que Deus Deu”. Em 1982 concorreu ao samba-enredo da escola Cidade Jardim, tendo seu samba cantado nas ruas, parceria com Toninho Geraes, conquistando seu primeiro troféu “Tamborim de Ouro” motivando seu trabalho em prol do carnaval de rua.

“Me leva. Oh vento! Me leva pra ela”. Grande sucesso de Agepê cantado por milhões de brasileiros, foi composto por Serginho Beagá e Toninho Geraes. Neguinho da Beija-flor também gravou “Luz do Infinito” de Serginho Beagá em parceria com o Fabinho do Terreiro. Marquinhos Satã fez sucesso com o samba “Não sou aprendiz” de Serginho Beagá, Toninho Geraes e Acir Marques.

Hoje faz do samba seu sagrado ofício e instrumento de luta, investindo sua ação criativa na revitalização do carnaval da capital mineira, através da formação da Escola academia do Samba Império da Nova Era, contando com o apoio de artistas mineiros e com a comunidade que está empenhada na concretização deste sonho: ver o samba brilhar nas ruas de Beagá.